A feira da 25 de Março fervia naquele verão sem azul de São Paulo. Joana vagava pelas ruas, lojinhas e barracas. Mais curiosa do que interessada, ela perguntava preços, procedências, conferia detalhes e ria sozinha de alguns produtos engraçados de tão improváveis, como uma vela em forma de maça que ao derreter vira um óleo corporal "beijável"... — Mas será que não vai queimar as partes sensíveis envolvidas? — Ela pensou entre sorrisinhos sem-vergonha... Em outro instante, quando se virou para perguntar o valor de uns pratos estampados com o rosto da Frida Kahlo, ela levou um susto! Perto dali, entre um pequeno grupo de quatro ou cinco pessoas, estava Miguel. Ele tinha acabado de puxar a máscara de proteção da pandemia do rosto para beber uma Coca-Cola direto na garrafa, quase em um gole só, provavelmente para dar um soco refrescante naquele calor abafado. Mas, quem ficou gelada foi Joana... Imediatamente, ela procurou camuflagem na confusão das barracas e ficou alguns minuto