Ela se declarava por todos os poros; fazia passeatas, ostentava cartazes.
Diziam até que tinha no corpo uma coleção de tatuagens
Quando uma roda se formava no centro da metrópole, era ela que sambava e cantava desinibida.
No fim de semana na praia, flanando alegre nos aviões, lá estava sua paixão escancarada em bandeiras multicores.
No dia a dia, todos ficavam intrigados com as figuras abstratas recorrentes nas roupas que ela usava.
A quem perguntasse, ela explicava, entre gostosas gargalhadas, que suas estampas eram sobre um amor, um peito e uma flecha.
E as horas passavam apressadas, enquanto pelas ruas ela compartilhava pensamentos, crônicas, poemas e cartas abertas.
Sim, ela se declarava por todos os poros; enquanto ele sempre dizia a mesma coisa quando casualmente a via: Oi querida, como vai a sua família?
Photo: Ravshaniya