O vagão do metrô treme
Ela está imóvel, seus olhos vagam pelo espaço
Ela não está viva naquela cena, é uma estátua
O ar-condicionado está gelado
Mas da nuca dela escorre uma gota preguiçosa
Entra no vão da coluna, descendo pelas costas
Encontra o cós da calça, se esticando bem fina
E não para nem ao tocar o elástico da calcinha
Nesse momento ela estremece
No debate paralisante entre a razão e a emoção
O seu corpo prefere pensar e agir independente
Nele não há dúvidas e nem confusão, só desejos
Parece que ela ficou nua no meio daquela gente
Sem ter como ocultar o peito aberto até o sexo
A estação chega, ela corre pra sair
Caminha cegamente até sua casa
Sem cumprimentar conhecidos
Sem desejar uma boa noite
Entra rápida no elevador
Avança pelos corredores
Abre a porta depressa
E cai direto na cama
Não para descansar
Tampouco dormir
Cerra os olhos
E cede a ele
Escondida
Protegida
Entregue
Por uma
Última
Vez
Artwork: TA Garcia
Mas da nuca dela escorre uma gota preguiçosa
Entra no vão da coluna, descendo pelas costas
Encontra o cós da calça, se esticando bem fina
E não para nem ao tocar o elástico da calcinha
Nesse momento ela estremece
No debate paralisante entre a razão e a emoção
O seu corpo prefere pensar e agir independente
Nele não há dúvidas e nem confusão, só desejos
Parece que ela ficou nua no meio daquela gente
Sem ter como ocultar o peito aberto até o sexo
A estação chega, ela corre pra sair
Caminha cegamente até sua casa
Sem cumprimentar conhecidos
Sem desejar uma boa noite
Entra rápida no elevador
Avança pelos corredores
Abre a porta depressa
E cai direto na cama
Não para descansar
Tampouco dormir
Cerra os olhos
E cede a ele
Escondida
Protegida
Entregue
Por uma
Última
Vez
Artwork: TA Garcia