(...) Joana abraçou o livro que lia para marcar a página em que o interrompera e olhava para o nada de cima do terraço, acima dos lençóis brancos que jaziam na corda naquele dia sem ventos. Seu olhar não dava pistas: não era feliz, nem triste; nem vago, nem introspectivo. Sua mãe, sempre observadora, fitou-a naquela cena paralisada que parecia até um quadro e perguntou, enquanto retirava a mesa do café da manhã. — O que que você tem, menina? Onde esse livro te fez passear? — Saudade...— Joana respondeu sem editar. — Saudade de quê, de quem?... — investigava a mãe — Dele. Mas é uma saudade pura. — ela respondeu serena, enquanto lentamente voltava para o livro. — Eu heim? E como é isso? — É mãe...é uma saudade que não é urgente, não é carente, não é exigente, não é doída, não é inconformada e nem esperançosa. Não é uma saudade querelante. Ela se basta. — explicou Joana sem alterar o tom da voz. — Acho que entendi. Então não é uma recaída, ou é? — a mãe quis ter certeza. — Não, mãe. É c